Estatística e o planejamento

Inicio este artigo com duas informações importantes de pesquisas realizadas com empresas no Brasil em relação à planejamento estratégico. Segundo pesquisa realizada pela Consultoria Falconi em 2020, apenas 10% das médias empresas brasileiras declararam ter uma estratégia bem definida para os próximos cinco anos, com visão, missão, objetivos e metas definidas; Segundo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) de cada 10 empresas, seis fecham as portas antes de completar 5 anos de existência.

Relatividade entre as informações apresentadas renderia um livro facilmente, mas este não é o objetivo, e sim de inserir o planejamento estratégico de uma organização como a peça chave e fator importante nestes resultados. Inserindo o Hoshin Kanri que é um poderoso processo usado para o desdobramento da estratégia, apresento Randy K. Kesterson que em seu livro “The Basic of Hoshin Kanri” de 2015, descreve que Hoshin parte de uma análise atual da empresa sobre o aspecto estrutura, processos, cultura e pessoas, chegando a um desenho de estado futuro de 5 anos que permite gerar a Visão, Missão, os Valores, e os Drivers estratégicos que compõem as ações que permitirão as empresas minimizarem suas lacunas identificadas (estado atual vs estado futuro).

Ainda dentro das informações que as pesquisas apresentam, cerca de 62,7% das empresas ouvidas no estudo disseram que possuem um modelo de gestão, mas não o consideram eficiente. Embora realizar um planejamento seja um passo muito importante para o futuro empresarial, ter a disciplina em garantir a plena comunicação com todos os times e um ritmo e rigor no acompanhamento dos principais indicadores e projetos (derivados dos drivers estratégicos) são essenciais para alcançar ao longo do tempo os resultados esperados da jornada do planejamento. Talvez esta seja uma conclusão para os números acima, ainda é possível ver empresas que por mais que tenham feito parte inicial deste processo, acabam não conseguindo desdobrar de forma eficiente ou até mesmo não conseguindo selecionar os principais drivers de mudança que a sua visão determinou.

O PDCA Hoshin

O Hoshin Kanri utiliza como base o Plan-Do-Check-Adjust (PDCA) em seu processo, onde:

Etapa 1: Scan (explorar) que representa a formulação da estratégia, criando a visão e o acesso à realidade da empresa;

Etapa 2: Plan (planejar) determina que a empresa deve reconhecer uma oportunidade e planejar uma mudança;

Etapa 3: Do (fazer) é a etapa onde o plano (P) precisa ser executado, inserindo dentro de sua rotina diária;

Etapa 4: Check (verificar) aqui o método orienta a revisar e analisar os resultados;

Etapa 5: Adjust (ajuste) onde com base no que você aprendeu na etapa 4, a empresa buscará agir com base nas ações, documentando e padronizando os aprendizados.

Retornar à etapa 3 deve ser contínuo para que todos os projetos tenham seu início e término planejado e acompanhado corretamente.

Figura extraída e traduzida do livro “The Basic of Hoshin Kanri” de Randy K. Kesterson que representa Formulação de Estratégia e Abordagem de Implantação: Versão 4.0.

Construir uma oportunidade de engajar os times e criar programas como o de qualidade total, segurança entre outros permitirá que todos se apropriem do desafio, criando vários donos, deixando o fluxo contínuo e robusto.