Nas Metodologias TPS (Toyota Production System), WCM (World Class Manufacturing) e Lean, a preocupação com o uso responsável dos recursos é fator protagonista. As perdas e os desperdícios são identificados e valorizados de forma robusta e sistemática e representados de forma gráfica em Paretos, trazendo às claras inclusive aquelas perdas escondidas com as quais convivemos todos os dias.

As pessoas estão mudando, as relações, o mundo, os escritórios e as fábricas, tudo em franca ebulição com a chamada “internet das coisas”, numa adaptação frenética voltada para o dinâmico e para o ágil.

A mobilização por abraçar grandes desafios de redução de custos é diária e a busca por projetos que possam portabilizar estes ganhos é incessante, contudo ainda se fazem listas, muito “Brainstorming” e muita priorização baseada em percepções.

A ineficiente empregabilidade do dinheiro, das ferramentas, das soluções de melhoria contínua e a alocação aleatória dos profissionais e conhecimentos disponíveis ainda são tópicos preteridos e carentes de aprofundamento.

Importante e necessário viabilizar um processo de priorização de projetos que efetivamente entregue resultados sustentáveis, fazendo:

  • Sistematização da coleta de dados,
  • Quantificação e valorização das perdas e desperdícios em detalhes,
  • Estratificação e priorização por representatividade/materialidade com foco no cliente,
  • Identificação e proteção dos Gargalos,
  • Ataque dos problemas crônicos na Causa raiz,
  • Gerenciamento dos recursos com cadência, ritmo e rigor. Chiarini e Vagnoni (2014) evidenciam em seu artigo (World-class manufacturing by Fiat. Comparison with Toyota production system from a strategic management, management accounting, operations management and performance measurement dimension) a necessidade de ênfase nas perdas de maneira profunda, porém por meio do atendimento das necessidades dos clientes”. O que nos remete a buscar entendimento de quantas e quais são as oportunidades de mercado perdidas (chamadas “Opportunity Loss”) e quais as razões pelas quais perdemos vendas.

As respostas estão nas perdas valorizadas em detalhes, pois nelas podemos ver se o equipamento gargalo quebrou com frequência e provocou perda de volume, ou foi a falta constante de matéria prima ou semi-acabado na fábrica que atrasou a produção, ficando assim com apenas dois exemplos do que pode ter ocorrido. Atacar e eliminar a perda correta visando mitigação de “Opportunity Loss” motiva o time na resolução do problema e amplia a compreensão de que a priorização de projetos baseada nas necessidades do cliente traz dinamismo para a operação, aumenta a competitividade dos custos e potencializa a rentabilidade.

Mottainai!

Para o povo Japonês o desperdício não é uma opção. Os recursos são limitados e precisam ser honrados. Existe um termo usado no Japão para abordar este assunto, “Mottainai”, por intermédio da junção das duas palavras, “mottai” que significa “digno” e “nai” que representa a “negação”, sem apegos a uma tradução literal, traz a idéia de “Não Digno”.

O desperdício nos torna indignos dos recursos que nos foram dispostos. O desenvolvimento desta consciência nos faz assumir uma postura mais responsável pelo uso consciente e coerente.